Fator de ajuste do MRE no cenário de referência do PLD é de 83,4% e poderá recuar a até 83,1% caso haja aumento da demanda em 500 MW médios na revisão quadrimestral
Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
03/04/2017
As projeções de afluências no Sistema Interligado Nacional deverão ficar abaixo da média histórica até pelo menos maio de 2018. A nova projeção da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, revelada na apresentação mensal InfoPLD, aponta que nesse período, apenas em novembro é que as vazões no país deverão alcançar 96% da média de longo termo. Na maior parte do tempo esse indicador ficará em cerca de 70% da média histórica.
Em termos de energia armazenada no SIN, a perspectiva é de que no ano o nível das usinas fique em 19% nos meses de outubro e novembro, final do período seco no país. A variação dos reservatórios não apresenta variação significativa nessa curva em qualquer cenário de sensibilidade que a CCEE apresentou. A situação mais delicada continua no NE onde a projeção aponta que a partir de setembro os reservatórios da região estejam em 9% e um mês após, 8%, passando à recuperação até o pico de 26% em março de 2018.
Diante da previsão de revisão quadrimestral da carga, a CCEE realizou uma análise de sensibilidade com diferentes cenários de aumento de carga em 250 MW médios e 500 MW médios e de redução de 250 MW médios. A projeção do PLD médio para o ano apresenta pequena variação a partir do mês de maio em todo o país. A média do ano para o maior submercado, o SE/CO é de R$ 290/MWh sendo que a partir do mês que vem a tendência é de elevação a partir de maio com os novos parâmetros do CVaR e manutenção dos valores em cerca de R$ 400/MWh até outubro, sendo que o pico poderá ser verificado em julho com R$ 410/MWh e redução apenas em novembro.
Apenas no Norte é que há uma variação mais significativa no horizonte de análise da CCEE que vai até maio de 2018.
No mês de abril desse ano o valor médio estimado é de R$ 34/MWh, mesmo valor a partir de janeiro do ano que vem e mantém-se ate abril do ano que vem. No cenário de elevação de 500 MW médios, o pico de PLD continua em julho deste ano com R$ 442/MWh nos demais três submercados.
O fator de ajuste do MRE estimado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica está em 83,4%. Semana passada o próprio presidente do Conselho da Câmara, Rui Altieri Filho, em reunião com os agentes, apresentou uma projeção de impacto de R$ 21 bilhões para o déficit de geração, sendo que desse valor R$ 14 bilhões estão no ACR e R$ 7 bilhões no ACL. Para o mês de abril o indicador estimado inicialmente é de 99,6%.
No cenário normal, após a energia secundária do primeiro trimestre a tendência é de que agosto o indicador seja de 67,7%, ficando abaixo de 70% de julho ao final de setembro deste ano. Nos cenários de sensibilidade o pior resultado vem com um aumento da carga em 500 MW médios passando a 83,1%.
O ESS no mês de março está estimado em R$ 166 milhões e para abril esse valor recua para R$ 12 milhões no período. Essa queda, explicou Camila Giglio, coordenadora da Gerência de Preços da CCEE, deve-se à entrada da geração térmica na ordem de mérito. No ano a projeção é de valores R$ 598 milhões e o custo de descolamento entre CMO e PLD em R$ 11 milhões no consolidado do ano. No cenário de aumento de carga de 500 MW médios o valor projetado do ESS passa a R$ 601 milhões.
Fonte: Canal Energia – 03.04.2017