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Comercializadoras veem migração ao mercado livre maior no 2º semestre

 

A migração de consumidores para o mercado livre de energia deve voltar a crescer na segunda metade do ano, segundo executivos das comercializadoras. Com a queda no preço da commodity, o ambiente livre está mais atrativo. “O ritmo de migração reflete, principalmente, o preço da energia e como neste mês o preço despencou, isso tornou o mercado atrativo”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros. O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) recuou 9% para 93,90 por megawatt/hora (MWh) nos mercados do Norte e Sudeste/Centro-Oeste no período de 10 a 16 de junho, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Em igual período de maio, o PLD estava fixado em R$ 145,62/MWh no Norte e R$ 470,11/MWh no Sudeste/ Centro-Oeste. “A previsão de afluências em todo o Sistema, ainda mais otimista frente à expectativa, é o principal fator para a redução do PLD”, informa a CCEE, em nota. “Com preços mais baixos, começamos a tornar a migração viável de novo, mas ainda não observamos essa retomada, porque a queda nos preços ainda é recente”, observa o gerente de comercialização do grupo Safira, Márcio Davanzo. O executivo destaca ainda que, a queda nos preços abre espaço para que os comercializadores ou consumidores que estavam expostos, possam ter uma janela para comprar a commodity em níveis mais ‘saudáveis’, “Visto que agora temos um modelo de preços mais volátil. Então se daqui para frente tivermos um mês de estiagem, o preço pode voltara subir bastante”, ressalta. O sócio-diretor da EcomEnergia, Paulo Toledo também espera a retomada no ritmo de migração no segundo semestre deste ano, mesmo com a maior volatilidade nos preços spot. Com a inclusão de novos parâmetros de custo de déficit hídrico – chamado de CVaR – pela CCEE no cálculo do PLD a partir de maio, os preços estão mais voláteis. A mudança era esperada pelo mercado, mas não deixa de exigir adaptações, destacaram executivos ao DCI. “Essa mudança trouxe mais volatilidade, é um modelo de maior risco, mas é uma questão que teremos que conviver”, comenta Davanzo, do Safira. Já Toledo, da ECOM, ressalta que o importante é o consumidor não ficar descontratado, já que corre o risco de precisar comprar energia em um momento de alta nos preços.

Produtos

“Um cenário de preço mais volátil é também melhor para a nossa rentabilidade, porque nos especializamos na análise do comportamento futuro do PLD”, conta o sócio-diretor da Compass, Marcelo Parodi. Segundo ele, essa oscilação também ajuda a estimular a busca por mais produtos para proteção, como hedge. “Se esse movimento de busca por proteção] evoluir para os contratos financeiros e no vos players, é o que mais queremos: um mercado maior e, consequentemente, com mais liquidez”, diz Parodi. Enquanto o mercado não adere a produtos financeiros, as comercializadoras concentram esforços em oferecer contratos mais flexíveis. “Em um mercado pouco líquido, é difícil desenvolver ferramentas de proteção ao risco, mas variações como descontos ajudam”, cita o gestor da Compass. Já o diretor da Tradener, Luís Gameiro, afirma que dependendo da carga do consumidor, a comercializadora fornece flexibilidade total nos contratos. “É algo similar a se ele estivesse no mercado cativo, salvo nas empresas maiores, que têm um controle maior desse consumo e não precisam disso”, explica ele. A Delta Energia também oferece contratos mais flexíveis, muito demandados por quem ingressa no mercado livre. “Nesse modelo, o cliente tem um desconto garantido no preço e não tem um volume definido”, comenta o gerente de gestão de clientes da Delta, Reinaldo Ribas. Na avaliação do dirigente da Abraceel, o mercado vai se adaptar rápido a volatilidade nos preços, mas a republicação do PLD pela CCEE é um fator que preocupa. “Precisamos melhorar a formação de preço, porque a republicação traz uma incerteza grande para o mercado e imputa um risco desnecessário”, defende.

Fonte: DCI SP – 13.06.2017

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