Fator de ajuste do MRE poderá chegar a 83,3% em média, mesmo com geração de energia secundária no primeiro quadrimestre do ano
Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Operação e Manutenção
02/03/2017
Os quatro primeiros meses do ano deverão ser marcados pela geração de energia secundária no SIN. Contudo, a perspectiva é de que na média do ano o país veja novamente uma piora no fator de ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia. A estimativa atualizada é de que o índice alcance 83,3% ante um volume de 87% em 2016 e de 84,3% em 2015, segundo a projeção do PLD feita pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica que foi apresentada nesta quinta-feira, 2 de março.
O pico de geração secundária, segundo os dados preliminares da CCEE, deverá ser confirmado no mês de fevereiro com 113,2% da energia alocada no período. Em janeiro ficou em 106,5%, março está previsto para 108,8% e abril em 105,5%. Já em maio é que começa a cair, para 81,1% e tendo como pior relação o mês de agosto com 68,2% da energia alocada para um mês.
Segundo o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi, os valores de Energia Natural Alfuente registrados no país estão abaixo da média histórica. Ele destacou o nível projetado pela câmara para março é de ficar próximo à MLT apenas no Sul do país, enquanto no Norte está com tendência de melhoria, no Sudeste/Centro-Oeste abaixo da média e no Nordeste uma situação mais crítica com previsão de cerca de 30% da média histórica.
Mesmo com essa situação a projeção de Encargo de Serviços do Sistema e custos devido ao deslocamento entre o CMO e o PLD é de R$ 540 milhões, sendo que a maior parte é de ESS com R$ 481 milhões, isso na pior série histórica. Com a projeção do PLD regular, os valores são de R$ 482 milhões de ESS e R$ 7 milhões de custo de descolamento.
Quanto aos valores de PLD projetados no período de 14 meses, a CCEE aponta para equalização entre os submercados SE/CO e Sul. O pico deverá ser verificado em outubro com uma projeção de R$ 271/MWh. A tendência é de elevação gradual da média atual de $ 152/MWh. A seguir volta a recuar até alcançar R$ 98/MWh em abril de 2018. No NE, a perspectiva é de os valores se equilibrarem com as duas outras a partir de maio. No Norte, a equalização ocorrerá a partir de junho e volta a descolar em janeiro de 2018 com recuo para o piso do PLD.
No geral, a projeção de ENA para o SIN ficará abaixo da média histórica por todo o histórico de 14 meses adiante. De acordo com os dados da câmara, os volumes devem variar entre 72% e 81% da MLT no país. Já a energia armazenada seguirá até 47% do máximo em 2016 projetada para o mês de abril, recuará a 22% em novembro até a entrada do próximo período úmido. Em março de 2018 a tendência é de alcançar 54% da energia máxima armazenada. Sacchi revelou ainda que a CCEE implementará uma alteração da metodologia de cálculo do PLD, mas que o horizonte de 14 meses dessa projeção continuará o mesmo.
Fonte: Canal Energia – 02.03.2017