A queda do preço da energia no mercado livre pode provocar uma nova onda de migração de consumidores para o ambiente livre. Devido ao efeito da pandemia do novo coronavírus na atividade econômica, o Operador Nacional do Sistemas Elétrico (ONS), a Câmara de Comercialização de energia Elétrica (CCEE) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) reviram a projeção da carga do país em 2020, de um crescimento de 4,2% para uma queda de 0,9% em relação a 2019. O excesso de oferta no sistema, aliado à regulamentação da figura do consumidor livre, em 2004, gerou um forte movimento de migração para o ambiente livre, na ocasião. Pela legislação da época, poderiam migrar para o mercado livre empresas com demanda mínima de 3 megawatts (MW). Hoje, o patamar mínimo é de 2 MW. De acordo com portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia no fim do ano passado, o limite será reduzido para 1,5 MW, em 2021, para 1 MW, em 2022, e finalmente 0,5 MW, em 2023. Empresas com demanda a partir de 0,5 MW já podem comprar energia no mercado livre hoje, mas desde que seja de fonte eólica, solar, biomassa ou de pequena hidrelétrica. Para o presidente da Tradener, primeira comercializadora autorizada a atuar no país, Walfrido Ávila, a crise atual é uma boa oportunidade para se pensar na dinâmica de abertura total do mercado.
Fonte: Canal Energia – 08.04.2020