A tarifa residencial na classe B1 deverá recuar quando comparados os anos de 2020 a 2030. Essa estimativa foi apresentada no segundo dia da 11ª edição do Workshop PSR/CanalEnergia, realizado nesta segunda-feira, 10 de maio. O valor projetado para o final desse horizonte é de R$ 528/MWh, ou 8,17% a menos ante os R$ 575/MWh de 2020.
Entre os pontos que deverão trazer o alívio para a conta estão, a devolução dos valores de PIS/Cofins cobrados a maior parte dos consumidores, o término do pagamento da dívida de Itaipu a partir de 2023, e, principalmente, a redução dos valores da Conta de Desenvolvimento Energético em duas etapas, em 2023 referente ao fim de subsídios a grupos específicos de consumidores por meio do decreto nº 9462/2018, e em 2026 com o fim dos subsídios a novas renováveis colocado na MP 998.
De acordo com o consultor Mateus Cavalieri da PSR, era esperado um aumento na casa de dois dígitos em diferentes concessionárias. Acontece que, com as medidas tomada pela Aneel para atenuar os efeitos da pressão tarifária identificada este ano essa estimativa mudou. As postergações dos efeitos que seriam vistos este ano para 2022, que chegarão ainda em meio ao pagamento dos empréstimos da conta covid, de 2020, e que se estendem até 2025.
Ele cita também que ainda há nesse período o término de contratos de térmicas caras a óleo diesel e combustível, compensando parcialmente nesse período a pressão desses empréstimos.
“Até 2014 estávamos indo bem e aí começamos a ver aumentos por conta da compra de energia e por questões politicas mal desenhadas”, definiu ele. “Em 2022 teremos o rebatimento de efeitos postergados para serem pagos em algum momento. Mas nem só de más notícias vivemos, veremos uma redução dos subsídios em 2023 que impacta positivamente a CDE a energia de Itaipu que ficará barata e a devolução de PIS/Cofins”, acrescentou ele após o relatório da Agência Internacional de Energia Elétrica de 2020, que mostra que o Brasil figurou com a segunda maior tarifa de energia residencial.
Uma questão importante, lembra Rodrigo Gelli, é a questão dos contratos legados.
Gelli destaca ainda que a preocupação com esses CCEARs tem dois principais motivos. O primeiro é como respeitar esses acordos ao mesmo tempo em que se aproxima cada vez mais da abertura de mercado, para isso a solução seria, parar de criar novos CCEARs em leilões com contratos de longo prazo. E ainda, como compartilhar no ACL o pagamento desses contratos. Mas destaca ainda a necessidade um supridor de última instância para aqueles consumidores que não querem migrar ou que simplesmente não são atrativos às empresas.
Mercado Livre
Os preços para o mercado livre estão estimados em duas faixas distintas a depender do prazo do PPA em questão.
Entre 2022 a 2025 a PSR estima valores na casa de R$ 125 a R$ 185/MWh. Já entre 2026 a 2030 a faixa é mais estreita, fica entre R$ 130 e R$ 165/MWh, s
Para os contratos de mais longo prazo, de 10 anos ou mais os valores estão em menor patamar. Para 2025 entre R$ 95 e R$ 115/MWh enquanto para o final da década é estimado entre R$ 105 e R$ 135/MWh.